ARTIGO
Hoje, há, no senso comum, a predominância da ideia de que os homens devem ser sensíveis. Que é belo um homem que chora. Que meninos se tornam violentos porque são ensinados a reprimir seus sentimentos, especialmente as lágrimas. Na verdade, esta afirmativa é muito repetida pelas feministas.
Sabemos que um homem chora e ignorar isto é prejudicial para sua saúde emocional. Mas um homem não chora na mesma proporção de uma mulher. E é igualmente prejudicial querer que eles se comportem desta forma, sob o argumento de que diferente disso seria “preconceito” ou fruto da “masculinidade tóxica”.
Mas frequentemente as narrativas feministas são jogadas por terra quando observamos dados técnicos sobre as diferenças físicas entre um homem e uma mulher.
Claro que quando a frase “Não chore!” é usada de forma abusiva, ela é perigosa para os meninos (e para todas as crianças), assim como para homens e mulheres. Mas, ao contrário da crença popular, a ciência neural nos mostra que, na maioria das vezes, não se trata de algo bom ou ruim, nem de certo ou errado. Trata-se simplesmente de uma parte do modo masculino de sentir. Os homens não têm acesso às lágrimas do mesmo modo que uma mulher.
Ao chegar à puberdade, as mulheres alcançam 60% mais prolactina na corrente sanguínea. A prolactina é o hormônio que controla a produção de leite materno e das glândulas lacrimais. A maioria das mulheres tem glândulas lacrimais maiores do que as dos homens e, portanto, processam mais sentimento através do choro e da lágrima.
Os homens tendem a usar outros tipos de processamento de sentimentos, pois lhes falta um correspondente a mecanismos lacrimais e glandulares. Do ponto de vista neurobiológico, quanto menos lágrimas os meninos derramarem, mais pacífica a vizinhança ou a comunidade será.
A tendência masculina é a de buscar segurança não na expressão direta dos sentimentos através de lágrimas e palavras – o que poderia acarretar estresse e superestimulação – mas em outras estratégias que proporcionem calma e concentração.
Essas considerações são interessantes na medida em que podemos olhar para as emoções masculinas a partir de uma perspectiva baseada na natureza. É importante reconhecer que os homens não atribuem sentido a experiências emocionais de forma diferente das mulheres. E, nesse sentido, a pior coisa é querer a igualdade dos sexos.