Secretária da Prefeitura ataca jornalista em manifestação

Na noite de segunda-feira, 26 de maio, enquanto a população de Foz do Iguaçu tentava exercer seu direito democrático de protestar pacificamente contra a atual gestão, mais uma cena lamentável foi registrada: a truculência verbal contra um jornalista em pleno exercício da profissão.

Durante a manifestação reprimida pela Guarda Municipal e marcada por atitudes autoritárias da prefeitura, a Secretária de Obras, Thaís Escobar, protagonizou um episódio de desrespeito e agressividade contra o jornalista Jackson Cabañas. Segundo relatos de testemunhas e registros do momento, Jackson — que também participava como cidadão indignado com os rumos da cidade — se aproximou da secretária para cumprimentá-la de forma cortês. A resposta? Palavras ofensivas, tom hostil e insultos que ultrapassam qualquer limite do razoável.

Thaís atacou não só um jornalista, mas a liberdade de imprensa, em um ato que reflete o modus operandi da atual gestão: reativa, intolerante a críticas e cada vez mais violenta no discurso.

Essa não foi uma ocorrência isolada. É recorrente o perfil oficial do prefeito General Silva e Luna interagir com publicações que atacam jornalistas, páginas de notícia e qualquer cidadão que critique o governo. Ao invés do contraditório, a gestão escolheu o confronto. Ao invés do diálogo, escolheu o deboche. A cada novo episódio, o que se vê é um poder público que prefere calar as vozes incômodas a responder com trabalho concreto.

Segundo o Relatório de Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa 2024, divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Paraná é o segundo estado que mais registrou casos de violência contra jornalistas em todo o Brasil no ano passado — foram 15 ocorrências, representando 10,42% do total. É também, disparado, o que mais agride a imprensa na Região Sul. Os números não mentem: a liberdade de imprensa no Paraná está em risco.

OPINIÃO

O que aconteceu com o jornalista Jackson Cabañas fere frontalmente o artigo 5º, inciso IX da Constituição Federal, que assegura a livre manifestação do pensamento e da atividade de comunicação, independentemente de censura. O jornalista, mesmo enquanto cidadão, estava em pleno direito de circular, registrar e dialogar. A agressão verbal sofrida é, no mínimo, um atentado moral, que pode configurar assédio institucional e desrespeito à liberdade de imprensa, além de ser passível de responsabilização civil por danos morais.

Quando um agente público ataca um jornalista, ataca também o direito do povo de ser informado com liberdade. Ataca a democracia. Ataca o próprio Estado de Direito.

E mais: o Código de Ética da Administração Pública exige decoro, urbanidade, respeito e probidade funcional de todo servidor público. Nada disso se viu da parte da secretária Thaís Escobar, que — diante da crítica — se comportou como quem não está preparada para lidar com o cargo que ocupa.

ALERTA!

Silenciar jornalistas não tapa buraco, não reduz fila no postinho, nem esconde a má gestão. Atacar quem denuncia é atitude de quem não tem resultado pra apresentar. Foz do Iguaçu não precisa de soberba, precisa de responsabilidade, escuta e respeito.

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