
Entre janeiro e abril de 2025, a Prefeitura de Foz do Iguaçu recebeu mais de R$ 122,2 milhões em repasses do Governo do Estado, segundo balanço da Secretaria da Fazenda do Paraná. O valor coloca a cidade como a 8ª mais beneficiada do Paraná, atrás apenas de grandes centros como Curitiba, Londrina e Maringá.
O montante é formado principalmente por transferências constitucionais do ICMS e do IPVA, impostos que todo cidadão paga, direta ou indiretamente. Em abril, por exemplo, Foz recebeu parte dos mais de R$ 1,3 bilhão distribuídos aos municípios do Estado, sendo que só o ICMS respondeu por quase R$ 946 milhões em todo o Paraná.
Mas aí vem a pergunta que não quer calar: com tanto dinheiro entrando, por que o prefeito General Silva e Luna insiste em dizer que está sem caixa?
Como especialista em gestão pública, é importante lembrar que os repasses do Estado não são dinheiro “extra” ou “livre”, mas sim recursos essenciais para manter a máquina pública funcionando: saúde, educação, segurança, transporte, folha de pagamento e manutenção da cidade. Mesmo assim, R$ 122 milhões em apenas quatro meses não é pouco.
“Esse valor, se bem planejado e acompanhado de uma boa gestão fiscal, já permite sim um equilíbrio mínimo das contas públicas. A queixa de falta de caixa pode até ter algum fundo de verdade, mas aí a discussão precisa ir além: o problema é falta de dinheiro mesmo, ou má gestão e prioridades equivocadas?”, comenta um analista.
Outro ponto é que houve um aumento real de 8,89% nos repasses em comparação com o mesmo período de 2024 — o que significa que o município está recebendo mais dinheiro do que antes.
Fica a reflexão: será que a alegada crise nas finanças públicas de Foz é mesmo culpa da falta de repasses ou falta de organização e transparência na aplicação dos recursos?
