
Apesar dos anúncios sobre reestruturação e integração entre secretarias, o número de pessoas em situação de rua em Foz do Iguaçu subiu de 700 em 2024 para cerca de 1.000 em 2025, segundo dados do Cadastro Único. O aumento é de aproximadamente 43% — um crescimento preocupante que expõe o descompasso entre as promessas do poder público e a realidade nas ruas da cidade.
Em reunião recente, o prefeito General Silva e Luna e o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Valdemar Bernardo Jorge, afirmaram buscar soluções “integradas e transformadoras” para o problema. O discurso, no entanto, parece não acompanhar os números.
A Prefeitura promete realizar um novo censo em julho para entender melhor o perfil dessas pessoas. Enquanto isso, a cidade enfrenta o agravamento de um problema que deveria estar sendo combatido com mais eficiência.
A gestão municipal comemora o aumento de 69,5% nas abordagens sociais no primeiro quadrimestre de 2025, totalizando cerca de 4 mil ações. Mas abordar não é acolher. Falar com a pessoa não é tirá-la da rua. E nesse ponto, os resultados ainda são frágeis.
Migrantes em segundo plano?
Outro tema do encontro foi a situação dos migrantes, que muitas vezes acabam engrossando a estatística da população de rua. A Casa de Acolhimento à Família Migrante segue sob responsabilidade da Cáritas, e há planos para a criação de um centro integrado de atendimento — mas tudo ainda no campo das intenções.
Enquanto isso, a realidade escancara o despreparo e a lentidão das políticas públicas para lidar com um drama que cresce a olhos vistos nas ruas de Foz. A pergunta que fica é: até quando o discurso vai tentar maquiar a falta de resultado prático?