Natal de Luzes, Sombras e Realidades: Decoração Encanta, mas não acolhe

Foto: Fernando Calegari

A magia do Natal Águas e Luzes 2024, com o tema “Energia de Natal”, chegou para transformar a Avenida Brasil em Foz do Iguaçu em um espetáculo de cores, esperança e integração. Na última segunda-feira (25), a cerimônia de acendimento das luzes, com direito à presença do Papai Noel e distribuição de doces, reuniu turistas, moradores e comerciantes, celebrando o espírito natalino que une povos e culturas.

Para muitos, o evento realizado em parceria entre a Prefeitura, Itaipu Binacional e outros apoiadores, é um marco no turismo e na valorização da cidade. “O Natal traz um sentimento de pertencimento”, ressaltou Juca Rodrigues, diretor-presidente da Fundação Cultural. Os comerciantes também vibraram com o impacto positivo no comércio, com a empresária Sarah Aline Pacheco destacando que “o Natal de Foz acolhe todos os povos”.

No entanto, entre a energia e a beleza das luzes, uma realidade dura contrasta com o brilho da decoração: as dezenas de pessoas em situação de rua que encontraram abrigo sob as estruturas natalinas. Em um paradoxo inquietante, o mesmo Natal que simboliza conforto e união revela as desigualdades sociais da cidade, expondo o desafio de acolher quem não tem onde passar as noites.

Refúgio sob as luzes

Neste ano, parte da programação se expande para a Avenida Pedro Basso, famosa por sua beleza, com inauguração prevista para 7 de dezembro. Já a Feira de Natal na JK, com seus mais de 70 feirantes, promete ser outro ponto alto. Ainda assim, à medida que moradores e turistas celebram, muitos observam as luzes de uma perspectiva diferente: como fonte de calor e segurança mínima.

Pelas calçadas enfeitadas, é possível ver colchões improvisados e rostos que testemunham histórias de vulnerabilidade. Para essas pessoas, o “Natal de Águas e Luzes” é tanto um espetáculo de beleza quanto um lembrete silencioso das desigualdades que permeiam a sociedade.

A magia e o desafio

O espetáculo natalino, que inclui apresentações como “O Quebra-Nozes” e a tradicional Parada de Natal, atrai multidões e reforça o papel do evento na construção de uma cidade mais vibrante e culturalmente rica. Mas até onde a “energia do Natal” pode alcançar aqueles que estão à margem?

Que este Natal sirva não apenas como um espaço de celebração, mas como um convite à reflexão e ação. Que a luz que enfeita as ruas também ilumine caminhos de solidariedade e empatia. Afinal, o espírito natalino só é completo quando acolhe a todos, principalmente os mais vulneráveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *