
O presidente Lula resolveu entrar no jogo de Trump e prometeu retaliação caso o novo ocupante da Casa Branca cumpra a ameaça de taxar produtos brasileiros. “Se ele taxar, haverá reciprocidade”, garantiu Lula. Mas reciprocidade no quê, exatamente? Vai taxar hambúrguer? Pipoca de micro-ondas? Ou o sonho americano de quem passa a fronteira? Mistério.
Enquanto os grandões batem boca sobre tarifas, aqui no Brasil o povo já vem pagando uma taxa bem mais pesada: a do supermercado. Os preços dos alimentos estão num rali maluco, com o feijão e o arroz custando quase um pedido no delivery. E o café? Ah, o café! Esse já virou artigo de luxo. O que antes era rotina agora dá saudade: o cheirinho da cafeteira logo cedo virou um alarme de falência para muita gente.
E aí vem a questão: enquanto Brasil e EUA fazem pose de briga comercial, quem paga a conta? O consumidor brasileiro, claro. Se Trump decidir pesar a mão nas tarifas, os produtores brasileiros podem perder mercado, e, como sempre, o prejuízo acaba chegando na mesa do trabalhador. Porque aqui a “reciprocidade” nunca é para aliviar o bolso de quem conta moedas na fila do caixa.
Lula disse que enviou uma cartinha para Trump desejando “boa governabilidade”. Fofura, né? Mas seria mais útil mandar uma outra carta: uma que explicasse como o brasileiro vai sobreviver com tudo subindo, menos o salário. Reciprocidade por reciprocidade, a gente também quer uma: a de um governo que olhe para quem acorda cedo e só quer tomar um café sem precisar parcelar o pó.