Hospital Municipal de Foz esconde gastos e ignora transparência

Foto: Christian Rizzi/PMFI

O Observatório Social de Foz do Iguaçu (OSB-FI) revelou, durante a apresentação do relatório quadrimestral de 2024, que o Hospital Municipal Padre Germano Lauck não vem fornecendo informações sobre a aplicação dos recursos públicos. A denúncia foi feita pelo voluntário Haralan Mucelini, que destacou a falta de transparência na unidade de saúde.

Segundo o OSB-FI, a equipe técnica da entidade monitorou a maior parte das licitações e pregões realizados pela Prefeitura, Câmara Municipal e outros órgãos no período. No entanto, os gastos do Hospital Municipal continuam sem qualquer tipo de detalhamento, tornando-se uma verdadeira “caixa-preta” dentro da administração pública de Foz.

A preocupação com a falta de transparência é justificada pelo alto volume de recursos destinados à unidade. Apenas em 2023, o hospital recebeu R$ 209,4 milhões, sendo 56,6% desse montante oriundo dos cofres municipais, 37% da União e apenas 6,3% do governo estadual.

Além disso, mesmo com o alto investimento, a qualidade do serviço prestado continua sendo questionada. Em novembro de 2024, o OSB-FI já havia alertado que os altos gastos para a manutenção do Hospital Municipal acabam comprometendo o atendimento na rede básica e nas especialidades médicas da cidade.

Durante os últimos quatro meses da gestão do ex-prefeito Chico Brasileiro, o uso dos recursos da unidade se tornou ainda mais nebuloso. A falta de acesso aos dados levanta dúvidas sobre como os valores foram aplicados e reforça a necessidade de fiscalização rigorosa.

O papel do Observatório Social

Desde sua fundação, em 2011, o Observatório Social tem sido um dos principais instrumentos de controle social em Foz do Iguaçu. A atuação voluntária da entidade já resultou em uma economia de R$ 82,3 milhões aos cofres públicos do município.

Sem receber subvenções governamentais para garantir sua independência, o OSB-FI realiza monitoramento em diversas áreas, como obras, educação fiscal, meio ambiente e saúde. A entidade segue cobrando transparência na gestão pública e reforça a importância do acesso às informações sobre o uso do dinheiro público.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *