
Prefeito e vice somem de ato pela anistia e indignam aliados
O ato pela anistia realizado neste domingo (16) mobilizou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em diversas cidades do Brasil. Em Foz do Iguaçu, o evento contou com cerca de 200 participantes, mas a ausência de figuras políticas locais que se elegeram na esteira do bolsonarismo gerou revolta entre os presentes.
Nem o prefeito de Foz do Iguaçu, General Silva e Luna (PL), nem seu vice, Ricardinho (PSD) compareceram à manifestação. A dupla, que conquistou seus mandatos, impulsionada pelo nome e pelas pautas de Bolsonaro, preferiu o silêncio. Entre os vereadores que adotaram a mesma narrativa política, apenas Sidnei Prestes, Ranieri, Bosco, Balbinot, Soldado Fruet e Cabo Cassol, marcaram presença, os demais optaram por não aparecer, o que acendeu críticas inflamadas de apoiadores. Na atual formação da Câmara de Foz, dos 15 vereadores, quatro são de partidos de esquerda, cinco de centro direita e seis de direita.
A página Paraná Pop divulgou um áudio de um bolsonarista indignado com a situação. No desabafo, o manifestante expressa sua frustração com os políticos locais:
“Pra mim foi a maior vergonha, uma decepção total, porque na hora que o general e o vice precisaram, eles não pararam de falar o nome do Bolsonaro. Bolsonaro está pedindo anistia por conta das vítimas que caíram naquela armadilha. E cadê os dois? Ficaram em casa no ar-condicionado tomando suquinho com a família? Agora estão com quatro anos garantidos, né? Eles, pra mim, são os traidores da cidade já. Era pros dois líderes, prefeito e vice, estarem lá na frente com os vereadores também. Não é só prefeito e vice, não! A Câmara Municipal não é bolsonarista ali? Cadê eles? Ficaram em casa no ar-condicionado também? Tudo um bando de pilantra. Isso que fizeram com o capitão, pilantraram, toda essa racinha aí.”
O áudio, que viralizou em grupos, evidencia um racha entre a base conservadora da cidade e seus representantes políticos. A ausência das principais lideranças municipais no ato levanta questionamentos sobre a fidelidade dos eleitos às pautas e ao movimento que os elegeu. Para muitos apoiadores, o silêncio é um sinal claro de distanciamento estratégico.
Nos bastidores, aliados do prefeito justificam a ausência citando compromissos particulares. No entanto, a base bolsonarista local não parece disposta a aceitar desculpas. Para esses eleitores, a falta de apoio explícito na luta pela anistia representa uma traição à confiança depositada nas urnas.
Resta saber se essa insatisfação terá reflexos nas próximas eleições municipais e se o eleitorado bolsonarista de Foz do Iguaçu cobrará essa ausência na hora do voto.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Comunicação Institucional da Prefeitura de Foz do Iguaçu para questionar a ausência do prefeito no ato, mas até o fechamento desta matéria, não houve resposta.